domingo, 17 de junho de 2018

PESSOAL DE APOIO DA EDUCAÇÃO SEM RECESSO JUNINO. Secretária de Educação de Santa Rita, pela primeira vez na história, impede servidores de gozarem recesso Junino.



Mais um fato visto como negativo pela população e servidores municipais, marca a passagem do médico Emerson Panta (PSDB) pelo Executivo Municipal em Santa Rita, PB. Servidores de Apoio da Educação do Município, foram surpreendidos no final desta semana, com uma ordem emitida pela então Secretária Municipal de Educação, Edilene da Silva, onde a mesma, em outras palavras, dispensa apenas os(as) professores(as) durante o recesso junino, devendo a parte administrativa das escolas funcionarem, fato inusitado, que segundo os próprios servidores nunca aconteceu na história do município. Vejam o ofício enviado pela Secretária de Educação:


No ofício, datado de 14 de junho de 2018, a Secretária comunica aos gestores de escolas, que o recesso escolar que acontecerá de 18 a 29 do mesmo mês, se destina apenas às atividades pedagógicas, ou seja, em outras palavras, apenas os professores deverão entrar em recesso, os demais funcionários das escolas terão que permanecer dando expediente normalmente.

Nossa equipe de reportagem conseguiu entrar em contato com três pessoas: uma professora aposentada, um servidor de apoio da ativa, uma mãe de aluno da rede municipal. Ao serem questionados sobre essa decisão da Secretaria de Educação, as respostas que tivemos foram as seguintes:

A professora aposentada M.A.A. cujo nome utilizamos apenas as iniciais à pedido da mesma, pois teme qualquer possível perseguição, disse que tem mais de 40 anos como educadora, entre Município e Estado, sendo aposentada do Município, e em todo esse tempo nunca as escolas funcionaram no período do recesso junino, inclusive, hoje esse recesso é mais curto em pelo menos metade, mas, durante todo o tempo em que esteve na ativa, as escolas permaneciam fechadas no recesso, e o pessoal de apoio vinha apenas no primeiro dia para lavar a escola, fazer uma faxina geral, depois, voltavam à lavar no penúltimo dia do recesso, para que ao retornar os alunos encontrassem a escola limpa.

O servidor Cleyton Ferrer, que fez questão que seu nome aparecesse na reportagem, pois, segundo o mesmo não teme retaliação nem perseguições, haja visto que é livre para expressar sua opinião e pensamento, de acordo com o Artigo 5º da Constituição federal, disse que, entrou para o quadro de servidores do Município em 1988, teve sua carteira assinada pela PMSR em 1989, fez concurso em 2001 para a Educação, onde exerce a função de Secretário Escolar em uma Escola Municipal e, portanto, tem 30 anos de serviço público. Ferrer alegou que, no final, sempre sobra para o pessoal de apoio, e que, nesses 30 anos de serviço público, tanto na época de aluno da rede municipal, quanto de servidor, nunca as escolas funcionaram no recesso. Somos a categoria mais desassistida do nosso município, ressaltou. De acordo com o Secretário Escolar, os pais de alunos e alunos, cientes do período de recesso, sempre procuraram resolver assuntos de cunho administrativo antes, ou após esse recesso, no município sempre foi assim, a população já tem costume, algum assunto que tivesse certa gravidade, a própria direção da escola resolvia. Ferrer fez questão que o site ressaltasse este seu depoimento: "Nós servidores(as) de apoio de Santa Rita, somos uma classe totalmente desassistida e negligenciada`, e no ambiente escolar há um diferencial dos outros setores administrativos de uma edilidade, na escola, todos os funcionários são educadores(as). Desde que assumiu a prefeitura, Emerson Panta (PSDB) não nos repassou os aumentos do salário mínimo, repassados aos municípios pelo Governo Federal dos anos de 2017 e 2018, fato que vem causando perdas salariais significativas mês à mês, nossos quinquênios, anuênios, mudanças de níveis, etc, estão todos defasados e com perdas, porque o prefeito e a Secretária de Educação não se preocupam com isso? O que foi feito com o dinheiro desse repasse do Governo Federal? Nossas Auxiliares de Serviço trabalham em condições insalubres, com risco de contaminação por vírus e bactérias, por lidarem com a limpeza de dejetos humanos, sem material de proteção adequado, e sem receberem gratificação por insalubridade, porque o Gestor e a Secretária não cuidam em resolver essa problemática? Nossos terços de férias estão atrasados, sendo pagos por escalonamento, existem servidores de apoio da sede da PMSR e outras secretarias, à exemplo da minha mãe, servidora com 40 anos de serviço, que está com dois meses de salários atrasados, porque o Prefeito não cuida em pagar esses atrasados em vez de obrigar o apoio das escolas trabalharem no recesso? Questionou Ferrer.

Uma mãe de aluno da rede municipal, que nossa equipe conseguiu fazer contato, também não quis ter seu nome divulgado por receio, senhora J.A.S, cujos 3 filhos estudam em uma escola em Várzea Nova, disse o seguinte: "Eu mesma já estudei em escolas do município, minhas irmãs também, hoje estamos todas 4 casadas, nossos filhos recebem Bolsa Família, estão todos matriculados nas escolas do município em Várzea Nova, só dois da minha outra irmã que estão na do Estado em Santa Rita, mas, as escolas nunca foram aberta no São João não, é a primeira vez que vejo isso. A gente sempre pega as declarações do Bolsa Família no início do mês, quando tem o tempo do São João a gente sempre correu e foi logo pegar as declarações antes, porque toda vida as escolas fecham nesse tempo".



Após ouvir o relato dessas pessoas, nossa equipe ficou com vários questionamentos. Porque o prefeito Panta não paga os salários atrasados que ainda existem dos servidores, muitos de apoio, da PMSR? Porque, a PMSR não repassou os percentuais do salário mínimo de 2017 e 2018 aos servidores? Porque em vez de atitudes que promovam o bem estar e a motivação desses servidores, a Secretaria de Educação, com o aval do Prefeito, tomaram essa atitude que desmotiva esses servidores? São perguntas que ficam no ar.

Da Redação.

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